15 Raças Antigas de Cães: Encanto Milenar

Desde os primórdios da humanidade, os cachorros sempre foram muito mais do que simples companheiros. Na verdade, as raças antigas de cães desempenharam papéis variados, como guardiões, caçadores, símbolos sagrados e até presentes reais. Entre as inúmeras raças existentes, algumas carregam consigo séculos, e até milênios, de histórias, mitos e tradições.

Essas raças sobreviveram ao tempo e às mudanças humanas, preservando características físicas e comportamentais herdadas de seus ancestrais. Compreender essas linhagens é como fazer uma viagem no tempo e perceber como os cães contribuíram para a formação da nossa própria história.

Raça Mais Antiga do Mundo: 7.000 anos

Saluki

Cão da raça Saluki.
Fonte: f8grapher (Getty Images)

Considerada a raça mais antiga do mundo, o Saluki já corria pelas areias douradas do Egito há mais de 7.000 anos. De fato, pinturas em tumbas faraônicas o retratam sempre próximo à realeza, evidenciando seu prestígio.

Com corpo esguio, postura elegante e olhar atento, usavam-no tanto na caça veloz quanto como presente real, símbolo de status e poder para quem o possuísse.

Além disso, sua resistência e agilidade o tornavam ideal para longas caçadas no deserto, um verdadeiro atleta canino da antiguidade.

Raças com Mais de 4.000 anos

Basenji

Raças antigas de cães: Basenji.
Fonte: Ryhor Bruyeu (Getty Images)

Originário da África Central, o Basenji chama atenção por uma característica única: ele não late. Em vez disso, emite um som curioso, conhecido como barroo, resultado de uma estrutura vocal diferente da maioria dos cães.

Vivia lado a lado com tribos caçadoras, ajudando nas expedições por densas florestas. As comunidades valorizavam sua agilidade, silêncio e fidelidade, reconhecendo sua habilidade de caçar sem espantar a presa, o que tornando-o indispensável para sua sobrevivência.

Galgo (Greyhound)

Raças antigas de cães: Galgo.
Fonte: Natalia Timchenko (Getty Images)

As primeiras representações do Galgo aparecem em pinturas e esculturas do Egito Antigo, onde as pessoas o reverenciavam por sua velocidade e elegância.

Usado para caçar lebres e animais rápidos, esse cão de pernas longas e corpo esguio simbolizava prestígio entre nobres e reis. Assim, seu refinamento e eficiência na caça o tornaram uma das raças mais admiradas da antiguidade.

Cão da Groenlândia

Raças Antigas de Cães: Cão da Groelândia.
Fonte: Thomas_Ritter (Pixabay)

Um dos cães mais antigos adaptados ao frio extremo, o Cão da Groenlândia foi essencial para povos inuítes, pois puxava trenós e auxiliava na caça em condições adversas.

Além disso, forte, resistente e leal, ele era vital para a sobrevivência nas regiões geladas, transportando cargas pesadas e garantindo o abastecimento de comida durante o inverno rigoroso.

Malamute do Alasca

Raças Antigas de Cães: Malamute do Alasca.
Fonte: LiuMeiLi (Getty Images)

Os inuítes Mahlemut, do Alasca, criaram o Malamute do Alasca para transporte e trabalho pesado no Ártico. Sua força e resistência o tornaram um aliado indispensável na locomoção de pessoas e cargas em longas distâncias, mesmo sob temperaturas extremas.

Além de trabalhador incansável, era um cão protetor das aldeias e caçador habilidoso, ajudando a espantar predadores e a garantir alimento. Com sua pelagem espessa, corpo robusto e instinto de equipe, ele continua, até hoje, a ser um dos cães mais respeitados para trabalhos de tração.

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Raças com Mais de 3.000 anos

Mastim Tibetano

Raças Antigas de Cães: Cão Mastim Tibetano.
Fonte: DevidDO (Getty Images)

Originário das montanhas do Tibete, o Mastim Tibetano tem pelo menos 3.000 anos de história. Conhecido por seu porte imponente, pelagem densa e expressão atenta, ele era guardião de mosteiros e rebanhos, protegendo contra predadores como leopardos e lobos.

Considerado símbolo de força e proteção espiritual, também era associado a boa sorte e respeito. Sua presença imponente intimidava intrusos, enquanto sua lealdade conquistava monges e pastores.

Samoieda

Cão da raça Samoieda.
Fonte: Roman Bjuty (Getty Images)

Com origem na Sibéria, o Samoieda serviu aos povos nômades Samoyed por mais de 3.000 anos. Ele puxava trenós, pastoreava renas e protegia acampamentos, sendo essencial para a sobrevivência no clima gelado.

Sua pelagem branca e espessa o protegia do frio extremo, e seu famoso “sorriso” — uma expressão natural que impede a formação de gelo ao redor da boca — era um detalhe funcional e encantador.

Além disso, amigável e companheiro, o Samoieda também dormia junto aos donos para aquecê-los durante as noites gélidas.

Raças com Mais de 2.000 anos

Shar-Pei

Cão da raça Shar-Pei.
Fonte: s5iztok (Getty Images)

Com suas rugas características e a língua de tom azulado, o Shar-Pei é uma raça originária da China. No passado, atuava como cão de guarda e também em combates, sendo que suas rugas desempenhavam um papel importante ao protegê-lo de mordidas.

Ao longo do tempo, essa aparência única conquistou o mundo e, atualmente, o Shar-Pei é conhecido por seu temperamento tranquilo e sua lealdade aos donos, muito diferente do guerreiro de antigamente.

Chow Chow

Cão da raça Chow Chow.
Fonte: DevidDO (Getty Images)

Também originário da China, o Chow Chow é conhecido por sua língua azul-preta única e aparência que lembra um ursinho de pelúcia. Antigamente, os imperadores chineses o utilizavam tanto para caça quanto para guarda.

Apesar da aparência fofa, ele tem um temperamento reservado e protetor, mostrando, assim, que beleza e força podem andar lado a lado desde tempos muito antigos.

Husky Siberiano

Cão da raça Husky Siberiano.
Fonte: format35 (Getty Images)

Nativo da Sibéria, o Husky Siberiano foi criado pelo povo Chukchi para puxar trenós em longas distâncias sob frio intenso. Ágil, veloz e resistente, assim. ele permitia que os povos viajassem rapidamente entre aldeias e transportassem suprimentos vitais.

Com olhos expressivos e pelagem espessa, o Husky desempenhava com dedicação o papel de trabalhador incansável e também de membro afetuoso da família. Sua energia e instinto de equipe permanecem até hoje.

Pequinês

Cão da raça Pequinês.
Fonte: DevidDO (Getty Images)

Criado para ser um companheiro da família imperial chinesa, o Pequinês é símbolo de nobreza e requinte.

Pequeno, de pelagem abundante e olhar altivo, acreditava-se que trazia boa sorte e afastava espíritos malignos. Assim, tão valioso que, durante séculos, apenas membros da corte podiam possuir um exemplar.

Ademais, entre as curiosidades mais marcantes está o fato de que, nas dinastias antigas, alguns eram carregados dentro das amplas mangas das vestes tradicionais da nobreza, tanto como demonstração de status quanto para mantê-los sempre próximos como amuletos de proteção.

Spitz Finlandês

Cão da raça Spitz Finlandês.
Fonte: slowmotiongli (Getty Images)

Nativo da Finlândia, o Spitz Finlandês foi criado para caçar pequenas presas como aves e esquilos, utilizando sua voz aguda para avisar os caçadores.

Ágil, alerta e com pelagem dourada que o camufla na floresta, assim, era indispensável para a subsistência de famílias em regiões frias e rurais.

Além disso, ser um caçador habilidoso, com sua natureza leal e sociável fazia dele um companheiro para toda a comunidade.

Raças “Recentes” Entre as Milenares: Mais de 1.000 anos

Lhasa Apso

Cão da raça Lhasa Apso.
Fonte: f8grapher (Getty Images)

Originário do Tibete, o Lhasa Apso foi criado para proteger templos e palácios. Pequeno, mas destemido, era um verdadeiro guardião espiritual.

Sua pelagem longa e sedosa o protegia do frio, enquanto sua audição aguçada alertava contra visitantes indesejados.

Akita Inu

Cachorro Akita deitado no cão.
Fonte: DevidDO (Getty Images)

Nobre e imponente, o Akita Inu é uma raça japonesa. Criado inicialmente para a caça de grandes animais, como ursos, ele ganhou destaque no Japão feudal como símbolo de coragem, lealdade e proteção.

Era altamente valorizado pelos samurais e presenteado como um talismã de boa sorte e prosperidade. Até hoje, sua linhagem é preservada com orgulho nacional, representando não apenas um cão, mas um pedaço vivo da cultura japonesa.

Shih-Tzu

Cão da raça Shih-Tzu.
Fonte: chaoss (Getty Images)

Os chineses criaram o Shih-Tzu, cujo nome significa “cão leão”, especialmente para a realeza. Pequeno, elegante e afetuoso, o cão simbolizava sorte e proteção, sendo muito venerado.

Além disso, sua presença constante nos palácios imperiais mostra o valor que essa raça tinha como parte da cultura e do cotidiano real.

Observação: existem divergências quanto ao período de origem de algumas raças, já que algumas fontes apresentam informações variadas. Reunimos aqui as primeiras aparições das raças conforme indicam a maioria das referências consultadas.

(Fontes: Federação Cinológica Internacional, American Kennel Club, The Kennel Club, Confederação Brasileira de Cinofilia)

O Que Torna as Raças Antigas Tão Especiais?

As raças antigas de cães têm algo que vai além da aparência: elas são testemunhas vivas da história. Cada uma carrega marcas culturais e funções que desempenharam em diferentes civilizações.

Muitas ainda preservam comportamentos herdados, como instintos de caça, guarda e até hábitos silenciosos. Além disso, a forma como se adaptaram ao convívio humano nos mostra valores como resiliência. E, sobretudo, são exemplos de como o vínculo entre humanos e cães ultrapassa eras.

Mesmo hoje, as raças antigas de cães encantam entusiastas e especialistas. E claro, conquistam quem busca um companheiro com alma histórica.

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