Importância da Vacinação: Pets Protegidos, Tutores Tranquilos

A vacinação é essencial para a saúde e o bem-estar dos nossos pets, protegendo-os de diversas doenças. Assim como nos humanos, cães e gatos precisam de um calendário vacinal para prevenir enfermidades graves. Entenda a importância da vacinação, conheça os tipos disponíveis e saiba quais doenças ela pode prevenir.

Por que a vacinação é tão importante?

A vacinação, sem dúvida, é a principal forma de prevenir doenças graves que podem ser fatais. Além disso, quando vacinamos nossos pets, estamos fortalecendo o sistema imunológico deles contra vírus e bactérias perigosos. Afinal, muitas doenças evitáveis por vacinas podem causar não apenas sofrimento aos animais, mas também altos custos com tratamento.

Outro aspecto importante é que algumas doenças são transmissíveis aos humanos. As vacinas, portanto, são uma barreira de proteção para os tutores e para toda a comunidade, o que reforça ainda mais importância da vacinação. As vacinas para pets são divididas em dois tipos principais: essenciais e não essenciais.

As essenciais são aquelas indispensáveis para a saúde do seu pet, pois oferecem proteção contra doenças sérias ou até mesmo letais. Por isso, devem ser aplicadas em todos os animais, independentemente da vulnerabilidade do pet ou da região onde ele vive.

Por outro lado, as não essenciais são recomendadas conforme a exposição a riscos específicos que o animal possa enfrentar, como, por exemplo, o estilo de vida que leva ou o fato de morar em uma região endêmica. Nessas situações, o veterinário avaliará cada caso individualmente e indicará as vacinas mais adequadas.

Vacinas para Cães

Vacinas Essenciais

1. Vacina Múltipla ou Polivalente (V8 e V10)

Protege o cachorro contra doenças mais graves e comuns, de origem bacteriana e viral, como:

  • Cinomose: doença viral altamente contagiosa que afeta o sistema nervoso e outros órgãos.
  • Parvovirose: atinge principalmente o sistema gastrointestinal, responsável por vômitos e diarreia severos. Além disso, pode ser fatal, especialmente em filhotes.
  • Hepatite Infecciosa Canina: doença viral e grave que ataca o fígado, rins e olhos, podendo levar à morte.
  • Coronavirose: enfermidade causada por dois tipos de vírus, o mais comum causa inflamação no intestino, provocando diarreia e desidratação, e o outro afeta o sistema respiratório. Os vírus atingem principalmente pets mais jovens.
  • Parainfluenza: doença viral que atinge sistema respiratório, sendo responsável por inflamações nos brônquios, traqueia e laringe, além de causar tosse seca.
  • Adenovirose: doença infectocontagiosa que afeta o sistema respiratório e o fígado dos cães.
  • Leptospirose: doença bacteriana que atinge rins e fígado, podendo ser transmitida também para humanos.

A vacina V8 protege seu cachorro contra as doenças já citadas e também contra mais duas variedades de leptospira, a bactéria que causa a leptospirose. Já a vacina V10 protege contra as mesmas doenças da vacina V8 e abrange mais duas variações da bactéria.

2. Antirrábica

A vacina previne o vírus da raiva, que é uma doença grave, altamente contagiosa e que também pode ser transmitida para os humanos. A raiva afeta o sistema nervoso central e, sem o tratamento adequado, é quase sempre fatal, tanto para animais quanto para pessoas. Por esse motivo, essa vacina é extremamente importante e obrigatória em diversos países.

Vacinas Não Essenciais

1. Vacina Contra a Gripe Canina

Conhecida como tosse dos canis, a gripe canina é uma doença altamente contagiosa que provoca febre alta, secreção nasal e ocular, tosse e dificuldade respiratória, podendo, em casos mais graves, evoluir para pneumonia. A vacinação contra a gripe canina é especialmente recomendada para cães que frequentam locais com alto risco de exposição, como creches, canis ou áreas de grande aglomeração.

2. Vacina Contra a Giardíase

A giardíase em cães é uma doença intestinal que provoca diarreia, vômitos, perda de peso e apatia, embora muitos animais permaneçam assintomáticos. Os cães se contaminam ao ingerirem água, alimentos ou objetos que contêm cistos do parasita, eliminados nas fezes de animais infectados. Além disso, ambientes com pouca higiene aumentam significativamente o risco de contaminação. Locais públicos, como parques, praças e canis, frequentemente apresentam alta incidência devido ao grande número de animais que os frequentam.

A aplicação dessa vacina é opcional e gera muitas controvérsias sobre seu uso, pois alguns veterinários são a favor da aplicação, enquanto outros são contra.

De acordo com WSAVA (World Small Animal Veterinary Association), a vacina contra giardíase não é recomendada, pois não há provas suficientes de sua eficácia contra a doença. Além disso, os cães ainda podem desenvolver os sintomas mesmo após a vacinação. Essa vacina não é utilizada na maioria dos países, mas continua sendo aplicada em alguns, como o Brasil.

Alguns veterinários optam por aplicar a vacina como um meio de amenizar os sintomas da doença caso os cães a contraiam. No entanto, ela não oferece prevenção total. É importante lembrar que a prevenção da giardíase deve incluir práticas adequadas de higiene, cuidados com a água e o alimento, além de atenção aos locais onde os pets vivem e frequentam.

3. Vacina Contra Leishmaniose

A leishmaniose é uma doença transmitida aos cães pela picada do mosquito-palha, podendo afetar órgãos internos como rins e fígado, ou provocar queda de pelo e lesões na pele que não cicatrizam (especialmente nas orelhas e focinho). A vacina contra a doença é uma medida de prevenção que ajuda a reduzir o risco de infecção, entretanto, ela não impede completamente o contato do cão com o protozoário, mas prepara o sistema imunológico do animal para combater a doença caso ocorra.

A vacinação é especialmente recomendada para cães que vivem ou viajam para regiões onde a doença é endêmica. Além disso, ela deve ser realizada em cães saudáveis, que foram testados previamente para leishmaniose, pois a imunização em animais já infectados pode não ser eficaz. Além da vacina, é fundamental o uso de coleiras repelentes, repelentes tópicos e cuidados no ambiente para minimizar o contato com o mosquito transmissor. 

Vacinas para Gatos

Vacinas Essenciais

1. Vacina Antirrábica

Os felinos também fazem parte da campanha de vacinação antirrábica, sendo indispensável levá-los para receber a imunização. A raiva é uma doença grave, sem cura, que causa alterações significativas no sistema neurológico dos gatos e possui uma taxa de 100% de mortalidade.

2. Vacina Polivalente (V3)

Protege o gato contra as doenças como:

  • Panleucopenia: conhecida como parvovirose felina, é uma doença grave e altamente contagiosa, que ataca o sistema imunológico e afeta o trato gastrointestinal.
  • Calicivirose: afeta principalmente o sistema respiratório e a cavidade oral. Os sintomas incluem espirros, secreção nasal, febre, úlceras na boca e dificuldade para comer. A doença é transmitida por contato direto entre gatos ou objetos contaminados.
  • Rinotraqueíte: conhecida como gripe felina, é uma doença respiratória altamente contagiosa, cujo sintomas incluem espirros, secreções nos olhos e no nariz, febre, tosse e apatia.

A vacina V4 abrange todas as doenças presentes na vacina V3 e ainda inclui a clamidiose. Por sua vez, a vacina V5 cobre todas as doenças da V4, acrescentando também a leucemia felina. Tanto a clamidiose quanto a leucemia felina são consideradas não essenciais, tendo sua aplicação em casos particulares de exposição às doenças.

Vacinas Não Essenciais

1. Vacina Contra Clamidiose

Como já mencionado, a clamidiose é uma das doenças incluídas na vacina V4, e ela afeta, principalmente, os olhos dos gatos. Os sinais clínicos típicos incluem conjuntivite severa, lacrimejamento excessivo e, em alguns casos, sintomas respiratórios leves. A vacina é recomendada apenas para gatos que convivem em grandes grupos, como aqueles em abrigos, ou quando há um surto da doença na região onde o animal reside.

2. Leucemia Felina (FeLV)

A leucemia felina, inclusa na vacina V5, compromete o sistema imunológico dos gatos e pode levar ao desenvolvimento de cânceres, anemias e infecções secundárias. A transmissão ocorre pelo contato direto entre gatos, por meio de saliva, secreções nasais, mordidas, compartilhamento de tigelas de comida e água, ou contato próximo prolongado.

A vacina é considerada não essencial para gatos adultos, pois eles têm menor suscetibilidade ao vírus. No entanto, devido à gravidade da doença, recomenda-se aplicá-la quando o gato é exposto a outros animais infectados, seja na rua, em casa ou em caso de surto da doença na região onde mora. Em gatos filhotes, com idade inferior a 1 ano, é essencial a aplicação da vacina, pois a infecção é bem mais frequente nesta faixa etária.

Ademais, é importante destacar que os animais devem receber a vacina contra a leucemia felina apenas após serem testados e confirmados como negativos para a presença de antígenos no sangue.

Calendário de Vacinação para Cães e Gatos

Seguir um calendário de vacinação é crucial para proteger os pets desde filhotes até a fase adulta. Confira as indicações:

calendário de vacinação para cachorros

calendário de vacinação para gatos

O calendário de vacinação tem como referência diretrizes de órgãos como a WSAVA (World Small Animal Veterinary Association), a AVMA (American Veterinary Medical Association) e também diretrizes veterinárias locais. Portanto, você deve consultar um veterinário qualificado para obter um calendário de vacinação específico para o seu pet, adaptado tanto às necessidades individuais dele quanto às legislações ou condições de saúde da região.

Cuidados Antes e Após a Vacinação

  • Antes de Vacinar seu Pet: certifique-se de que ele esteja saudável. Além disso, evite vacinar animais debilitados ou que estejam em recuperação de doenças.
  • Após a Vacinação: observe atentamente possíveis reações, como febre leve ou cansaço. Além disso, mantenha seu pet em repouso, garantindo que ele tenha acesso a água fresca e comida leve. Porém, caso ocorram reações mais severas, entre em contato com o veterinário imediatamente.

Seu Pet Está Sem Histórico de Vacinação? Veja o Que Fazer

Ao adotar cães ou gatos sem histórico de vacinação, sejam filhotes ou adultos, tome medidas imediatas para proteger o pet:

  • Consulte um Veterinário e Realize Exames: leve seu pet para um check-up completo e explique a situação, assim o profissional avaliará o estado de saúde do animal.
  • Inicie a Vacinação: o veterinário pode criar um novo calendário vacinal adequado à espécie, idade e estilo de vida do pet.
  • Adote Medidas Preventivas: enquanto a imunização não estiver completa, evite o contato com outros animais e locais de risco para proteger seu pet de doenças.

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